A operação, batizada de Matrina Parum, teve sua primeira etapa na região do sertão e identificou uma série de infrações e crimes ambientais
Clarice Maia
A operação iniciada pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) pretende coibir infrações ambientais nas Unidades de Conservação estaduais. Batizada de Matrina Parum, teve sua primeira etapa na região do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) dos Morros do Craunã e do Padre, localizado no município de Água Branca.
Realizada entre os dias 16 e 19, a equipe conta com a parceria dos policiais do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). No total foram emitidos oito autos de infração que juntos somaram R$76.947 e deverão resultar em processos administrativos e criminais.
Entre as infrações flagradas, as mais recorrentes e que resultaram em autuações, foram: desmatamento; disposição irregular de resíduos no ambiente; armazenamento de lixo, com materiais perigos e contaminantes; além de caça e animais silvestres em cativeiro.
Segundo Epitácio Correia, gerente de Fauna, Flora e Unidades de Conservação do IMA/AL, “a operação visa combater crimes e infrações ambientais dentro e no entorno de Unidades de Conservação de gestão estadual”. Ele explica ainda que a etapa do sertão foi a primeira por causa da distância física da capital.
Entre as situações que chamaram a atenção, estava um depósito de lixo que foi encontrado, na zona rural de Delmiro Gouveia, onde deveria abrigar materiais recicláveis, mas dispunha de grande quantidade de resíduos e materiais contaminantes depositados no solo.
Arapiraca
Apesar da distância do foco principal da primeira etapa da operação, a equipe aproveitou para verificar denúncias no município de Arapiraca. Duas pessoas foram autuadas por manterem animais silvestres em cativeiro, sem comprovação da procedência. Uma outra situação encontrada foi a de uma pessoa que estava comercializando artigos de captura de caranguejo.
Os animais que estavam no local, 78 caranguejos Uçá, foram apreendidos e devolvidos `a natureza. “Nós estamos no terceiro período do ano para o defeso do Uçá, começou dia 17 e segue até o dia 22. Durante esses dias a captura é proibida e só é possível a comercialização dos indivíduos declarados em estoque”, comentou Epitácio.
Matrina Parum
Segundo informações da Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação do Instituto, o nome da operação, Matrina Parum, faz referência a figura folclórica Comadre Florzinha “ou Caipora, como é chamada popularmente”. Conforme a lenda, trata-se de uma protetora das matas e animais das florestas. A equipe considera que a primeira etapa teve resultados positivos no sentido de ter conseguido identificar e combater problemas ambientais, além de definir áreas que passarão a ser monitoradas com maior intensidade.