Projeto leva aulas à bordo do catamarã à estudantes e diversos grupos desde 2009
Wanessa Santos
No mês do Meio Ambiente a equipe da Educação Ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) está repleta de atividades para toda a população do Estado. São Caravanas, Eco Cine nas escolas, plantio de mudas com o projeto Alagoas Mais Verde, exposições, e, como não poderia faltar, o Barco Escola, que tem previsão de saída todos os dias.
Esse projeto, que desde 2009 oferece à estudantes e membros da sociedade em geral, aulas à bordo do catamarã (barco escola) a respeito do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM) e a Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita, está em plena atividade nesse período de comemorações do Mês do Meio Ambiente.
A programação de saídas pode mudar quando há muita chuva, as viagens podem ser reagendadas por questões de segurança e comodidade.
Rotas
A embarcação percorre trechos da região lagunar Mundaú-Manguaba. Existem duas rotas atualmente que o barco escola percorre: A rota maior, realizada apenas quando a maré está alta. Ela sai da base do IMA – na Ilha de Santa Rita, passa pelo Canal Cadoz e sai em frente ao Bebedouro. A segunda rota, que é a mais utilizada devido ao assoreamento da Laguna-Mundaú, é a rota alternativa, que segue os pontos do Pontal, fundos da Braskem, e favela Sururu de Capote.
A equipe multidisciplinar do IMA, que segue nas viagens do Barco Escola, é composta por biólogos, geógrafos, assistente social, pilotos capacitados e um fotógrafo que registra todo o passeio. Ela apresenta aos participantes os principais problemas enfrentados na região e o ecossistema local. É possível observar o mangue-vermelho, vegetação predominante da região da rota, e também aves como garças, matim-pescador, além de águas vivas.
Phyllorhiza punctata
A Phyllorhiza punctata é uma espécie de água viva que tem aparecido em grande quantidade na região da laguna por onde o barco escola passa. Juliano Fritscher, biólogo e consultor ambiental do IMA, explica que está sendo investigada se essa espécie de cnidário é nativa ou proveniente de outra região.
Ele conta que o que tem chamado atenção dos especialistas é a quantidade desses animais, e que isso pode ser uma consequência do desequilíbrio ecológico causado, especialmente, pela ação do homem. “As pessoas acham que somente o desaparecimento de espécies de animais e plantas é consequência do desequilíbrio ambiental, quando, também, a incidência de espécies invasoras e em grande quantidade são características dessa degradação ambiental.”
O barco escola atende, principalmente, escolas de diversos municípios do Estado, mas a população que se interessar pelo passeio pode ir até a sede do IMA, localizada no bairro do Mutange em Maceió, e entrar junto com um ofício para integrar às turmas. A quantidade mínima para a realização da viagem educativa é de 30 pessoas, e a idade mínima para estar à bordo é de 10 anos.