Crianças do Botânico Mirim conhecem o Centro de Triagem de Animais Silvestres

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Os pequenos viram bem de perto animais silvestres que foram vítimas de crimes ambientais e que agora estão em processo de recuperação

Laura Nascimento (sob supervisão)

Entender sobre proteção e cuidados com os animais desde a infância contribui para um futuro com adultos mais conscientes. Os integrantes do projeto Botânico Mirim, promovido pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), viveram uma nova experiência ao visitarem o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), gerido de maneira conjunta entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o IMA, nessa quarta-feira (31). 

O Cetas é um refúgio temporário para animais resgatados de situações ilegais, seja por meio de operações de fiscalização ou resgates. No local, cada espécie recebe o tratamento necessário e passa por uma avaliação para determinar se está apta a ser reintegrada ao seu habitat. Para aqueles que não conseguem retornar à natureza, destinos alternativos, como zoológicos, são considerados para garantir seu bem-estar.

Os pequenos botânicos ficaram encantados com os animais e com os cuidados prestados a eles pelo Cetas. Pérola Marques, médica veterinária do IMA alocada no Cetas, contou que ficou impressionada com o conhecimento prévio das crianças.

“Muitas já chegaram aqui sabendo um pouco sobre os animais, com curiosidade, com brilho nos olhos e sorrisos. As crianças de hoje são os adultos de amanhã, então saber desde cedo sobre o tráfico de animais e o que fazer, a forma correta de agir ao encontrar um animal em situação de perigo ou até mesmo na residência deles, é essencial para que cresçam com essa consciência”, contou Marques.

As crianças viram de perto animais silvestres como preguiça-comum (Bradypus variegatus), jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) e papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) em tratamento. Além desses, conheceram algumas espécies exóticas, como uma cobra-do-milho (Pantherophis guttatus) trazida dos Estados Unidos pelo tráfico. A espécie recebe esse nome porque é comumente utilizada como controle de roedores nas fazendas estadunidenses.

Informações como curiosidades, ficha técnica e ocorrência foram compartilhadas com os pequenos, além de orientações sobre o que fazer caso encontrem uma espécie fora do devido lugar. Assim como vários de seus colegas, Matheus Gonçalves, de oito anos e integrante do Botânico Mirim, fez vários comentários e observações durante a visita.

 “Eu gostei muito de ver os animais. O meu favorito foi o bicho-preguiça. Ele é lindo, o meu sonho era ver um. Aprendi aqui hoje que não se pode maltratar a natureza e sobre os cuidados com os animais silvestres”, disse o futuro botânico mirim.

Uma atividade na qual os pequenos puderam demonstrar seus conhecimentos sobre os animais encerrou a visita. Para Helena Nascimento, coordenadora do projeto, é importante, mesmo trabalhando mais a questão da flora, que eles conheçam também os animais. 

“Eles entenderam a diferença entre animais silvestres e domésticos, porque alguns animais podem ser criados em casa e outros têm que ficar na natureza porque são animais silvestres. Para fixar a imagem, nós fizemos uma atividade sobre como o animal é, o nome deles, para que, quando encontrarem esses animais em alguma situação de resgate, possam contribuir,” explicou Helena.