Cutia recuperada de múltiplas fraturas retorna à natureza

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Trabalho conjunto entre órgãos e parceiros possibilitou a melhora do animal durante seis meses de cirurgias e tratamento 

Janderson Oliveira 

Uma cutia voltou ao seu habitat após seis meses de recuperação de múltiplas fraturas. O animal foi encaminhado pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/AL) ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em estado debilitado. O primeiro atendimento de emergência foi prestado pela equipe multidisciplinar do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Parceiros foram essenciais para a recuperação do mamífero. 

A cutia resgatada de criação ilegal necessitou de exame de raio-x, realizado no laboratório Imavet, que identificou três fraturas, uma em cada úmero (esquerdo e direito) e uma no fêmur. O veterinário ortopedista Dr. Alisson Lessa realizou as cirurgias ortopédicas necessárias em sua clínica Entre Cães e Gatos, respeitando o tempo de recuperação. 

Animal sofreu três fraturas visualizados em raio-x feito no laboratório IMAVET

O animal retornou ao Cetas após seis meses, em estado saudável. A soltura foi realizada sob colaboração do IMA, Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em uma área adequada e protegida, para que não volte a ser vítima de caça. 

Animais apreendidos são maioria no Cetas 

A soltura da cutia foi comemorada por Ana Cecília, veterinária do IMA alocada no Cetas. Segundo a profissional, o trabalho em conjunto dos órgãos e parceiros envolvidos garantiu que o animal sobrevivesse até o retorno à natura. 

“Comemoramos porque a cutia é um animal extremamente estressado. Qualquer ato de captura causa alto nível de estresse para a espécie e pode provocar óbito. Então a gente fica super feliz com essa soltura”, afirma a veterinária. 

De acordo com a legislação ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida pode acarretar multa de 500 a 5.000 reais, sob pena de detenção de seis meses a um ano.