Filhote de espécie ameaçada de extinção recebe cuidados no Cetas

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Biólogo do IMA passou 70 dias cuidando de maneira intensiva do ouriço-cacheiro que chegou ainda com o cordão umbilical 

Dálet Vieira

Uma espécie de ouriço-cacheiro, que está ameaçada de extinção, possui o nome científico de Coendou speratus, o último termo significa esperança, algo que remete ao desejo pela preservação desse animal. No Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que possui coordenação compartilhada entre o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, um desses animais chegou ainda recém nascido e está sob cuidados veterinários.

Ellen, como foi carinhosamente apelidada por André Gil, biólogo do IMA alocado no Cetas, é um ouriço, popularmente conhecido como “coandu-mirim”, que chegou com o cordão umbilical e cabia na palma de uma mão. Após cuidados intensivos durante 70 dias o animal já possui maior independência em questões alimentares e fisiológicas. 

Animal chegou com o cordão umbilical e recebeu cuidados intensos durante 70 dias. Foto: Cetas

“O animal precisou de acompanhamento específico para que pudesse adquirir  independência alimentar. Para isso foi preciso controlar a temperatura, a nutrição e a questão fisiológica durante 24h por dia. Colocamos o nome de Ellen porque foi um animal que resistiu a todo esse processo”, relata Gil, que não mediu esforços para cuidar do ouriço. 

A espécie Coendou speratus, endêmica do norte de Pernambuco e do sul de Alagoas, está no processo de extinção e consta na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas, em razão da destruição dos seus habitats, da caça e comercialização. 

Esse tipo de animal tem hábitos noturnos e se alimenta de sementes, seiva de algumas árvores e brotos. A espécie possui uma característica específica, que são espinhos avermelhados nas pontas. 

Após cuidados ouriço já consegue ter independência alimentar. Foto: Ascom IMA

O biólogo faz ainda, um alerta a população para que não causem danos a essa espécie quando avistarem eles na zona urbana. “Muitos desses animais acabam se deslocando para as áreas urbanas, em função da degradação dos habitats, e as pessoas se amedrontam pelos espinhos, no entanto ele só irá reagir caso se sinta ameaçado. O recomendado é acionar o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA)”, explica.

Biólogo foi responsável por cuidados intensivos para desenvolver a autonomia do animal. Foto: Ascom IMA

Entrega voluntária e doações

A população pode contribuir na preservação e cuidados com as espécies ao realizar a entrega voluntária de animais silvestres resgatados ou adquiridos de maneira ilegal. Para isso, o indivíduo pode realizar a entrega sem sofrer sanções ou mesmo penalidades. 

Outra forma de auxiliar o Centro de Triagem de Animais Silvestres, é com a doação de materiais como jornais, folhas de papel, revistas, toalhas e panos de modo geral. As doações podem ser entregues na sede do IMA, localizado na avenida Fernandes Lima, n° 670, Shopping Cidade, 2° andar, de segunda a sexta-feira das 08h às 14h. E no Ibama, na avenida Fernandes Lima, n° 4023, no bairro Gruta de Lourdes, de segunda a sexta-feira das 08h às 17h.