Equipe encontrou esgoto e lixo no local onde estaria uma das nascentes do manancial; Geógrafos do IMA trabalham no mapeamento da bacia hidrográfica
Elayne Pontual
Equipes do Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) iniciaram, nesta terça-feira (14), um levantamento dos principais problemas encontrados na bacia hidrográfica do Riacho Reginaldo, popularmente conhecido como Salgadinho.
O levantamento está entre as primeiras ações da força-tarefa formada por diversos órgãos para a recuperação do manancial e tem como foco encontrar os maiores contribuintes de lançamento de esgoto, os principais pontos de descarte de lixo e identificar a situação atual das nascentes.
Segundo Andréia Oliveira, da equipe de Monitoramento e Fiscalização do IMA, o primeiro ponto visitado foi no começo do Vale do Reginaldo, onde estaria uma das nascentes do Riacho. “Encontramos apenas lixo e esgoto”, afirmou a técnica.
O levantamento será feito do início da bacia hidrográfica, que nasce no bairro Santa Lúcia, na parte alta de Maceió, até a sua foz, na Avenida Duque de Caxias, Praia da Avenida. A ação continua na quinta-feira (14) e segue até o final de fevereiro.
Mapeamento
Paralelo ao levantamento feito pela fiscalização do IMA em parceria com o BPA e a Sedet, o setor de Geoprocessamento do Instituto está trabalhando na caracterização do meio físico da bacia hidrográfica do Riacho Reginaldo.
“Nós já conseguimos gerar, preliminarmente, alguns dados como a geomorfologia, o tipo de solo, a litologia do local [descrição das rochas], assim como o mapeamento da rede hidrográfica e, por consequência, a delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APP) desses cursos d’água”, explicou Esdras Andrade, geógrafo e gerente de Geoprocessamento do IMA, afirmando ainda que o próximo passo será verificar a validade das informações e atualizar os dados.
O setor também fará um relatório detalhando cada unidade da paisagem que foi mapeada e cada classe que está inserida nos mapas. “Por exemplo, se houver cinco classes de solo, iremos detalhar os tipos de solo e o que está associado a ele, como questões ambientais e sociais. Não ficou ao nosso cargo fazer uma caracterização socioeconômica, mas, já que temos acesso a alguns dados do IBGE, estamos fazendo o que está ao nosso alcance para contribuir de forma mais efetiva possível com a força-tarefa”, assegurou Esdras, esclarecendo que os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) correspondem ao senso de 2010.
As informações finais serão apresentadas, no dia 13 de março, à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no âmbito do MPE-AL, que determinou a criação da força-tarefa. O material irá servir de embasamento para os órgãos que farão o trabalho de campo. “Estamos elaborando esse diagnóstico para contribuir com a tomada de decisão dos promotores”, afirmou Esdras.