IMA participa do lançamento do Plano de Ação Estadual das Tartarugas Marinhas

Na ocasião, também ocorreu a soltura de tartaruga-verde resgatada após lesão na mandíbula

Raissa Matias / Ascom IMA

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) participou, nesta quarta-feira (24), do lançamento oficial do Grupo de Trabalho (GT) que será responsável pela elaboração do Plano de Ação Estadual (PAE) das Tartarugas Marinhas. O evento ocorreu na sede do Instituto Biota, no bairro de Guaxuma, em Maceió, e definiu os representantes titulares e suplentes de cada instituição que compõem o GT.

Além do lançamento, o dia também foi marcado pela soltura de uma tartaruga-verde resgatada em fevereiro, em São Miguel dos Milagres. O animal recebeu quase sete meses de tratamento, com participação dos técnicos do IMA que atuam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), mantido em parceria com o Ibama. Recuperada, a tartaruga voltou ao mar na praia de Guaxuma, simbolizando os esforços conjuntos pela conservação da fauna marinha em Alagoas.

Crédito: Claudemir Mota / Dicom MPAL

O Plano Estadual das Tartarugas Marinhas será elaborado pelo Ministério Público de Alagoas, junto às instituições federais, estaduais e organizações não-governamentais, e tem como objetivo definir protocolos específicos para a proteção desses animais no litoral de Alagoas.

“O IMA, como gestor de fauna e flora no estado, participa deste grupo junto com a Semarh, o Instituto Biota, Ministério Público Estadual, com vários parceiros, para que a gente possa elaborar esse plano, que é uma ferramenta importante para a preservação das tartarugas marinhas”, explicou o diretor-executivo do IMA, Ivens Leão.

Segundo a promotora de justiça Lavínia Fragoso, a ação é uma continuidade do programa Pró-Espécies, que visa à proteção e conservação de animais ameaçados de extinção.

“Estamos lançando oficialmente um grupo de trabalho com essas instituições que atenderam esse chamado do Ministério Público. Tivemos a assinatura do grupo de trabalho que irá, posteriormente, fazer inúmeras reuniões, oficinas, para que possamos elaborar um plano com ações de educação ambiental que deverá ser executado em Alagoas”, disse.

O plano não é o único no estado. Ele se junta aos planos do Mutum-de-Alagoas, Papagaio-chauá e Macaco-prego-galego, instituídos como forma de garantir a conservação da biodiversidade em Alagoas.

“Por uma provocação do Instituto Biota, com quem o Ministério Público firmou um termo de cooperação recíproca, conjuntamente com a Gerência de Fauna e Flora do IMA, estamos iniciando uma nova etapa, que é a elaboração do plano de ação estadual das tartarugas marinhas”, explicou o promotor de justiça Alberto Fonseca.

Crédito: Claudemir Mota / Dicom MPAL

E foi graças a essa coletividade que a tartaruga-verde pôde retornar ao oceano. Após ser encontrada no litoral norte com sinais graves de agressão, com um trauma na mandíbula causado pela hélice de um barco, vários parceiros se reuníram para fazer com que o tratamento fosse possível.

“Tudo começou quando esse animal bateu na praia, em São Miguel dos Milagres, e nós acionamos o nosso parceiro local, que é a prefeitura, para fazer os primeiros atendimentos. Esse animal foi resgatado em fevereiro de 2025 e, a partir do momento que ele entrou aqui, foi um esforço coletivo: IMA, Ibama, Instituto Biota, empresários que ajudaram a custear essa cirurgia e o próprio médico veterinário que fez um trabalho voluntário”, reforçou o presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis.

Crédito: Claudemir Mota / Dicom MPAL

Para o médico veterinário do IMA, Gabriel Marques, do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), gerido pelo órgão junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que participou diretamente do tratamento do animal, este é um momento muito gratificante.

“O IMA foi o responsável por realizar exames complementares, como exames radiográficos, bioquímicos e hemogramas, que contribuíram para um melhor bem-estar da tartaruga e assegurar que a soltura acontecesse em segurança para ela”, explicou o médico veterinário do IMA.

A tartaruga-verde foi submetida à um procedimento inédito, até então, no tratamento de animais marinhos, o que pode significar esperança para outros animais que sofram com o mesmo tipo de lesão.

“Fizemos uma osteossíntese com fixador esquelético externo, que é uma técnica bem consolidada em humanos ou pequenos animais, mas trouxemos essa possibilidade para tratar esse animal marinho, o que é algo inédito. A maior felicidade é poder realizar essa soltura e saber que essa técnica pode ser uma forma real de evitar a eutanásia desses animais e, assim, preservar a vida marinha”, comemorou o médico veterinário responsável pelo procedimento, Artur Eustáquio.

Crédito: Claudemir Mota / Dicom MPAL

“O animal passou por tudo isso, sofreu um trauma por agressão, fizemos uma cirurgia de alta complexidade e agora está sendo devolvido à natureza para cumprir sua função ecológica, que é super importante para os nossos oceanos”, finalizou o presidente do Instituto Biota.