Material coletado ainda passará por análise microscópica no IMA/AL. A estimativa é de que o resultado saia em duas semanas
Wanessa Santos
Foi feita, na manhã dessa segunda-feira (04), a inspeção das duas primeiras placas de recrutamento que irão identificar se há a ocorrência do coral-sol da costa alagoana. Técnicos do setor de Gerenciamento Costeiro do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) estiveram na região do Porto de Maceió, onde as placas haviam sido instaladas, e fizeram a remoção do material que estava submerso desde maio desse ano.
Segundo Ricardo César, coordenador do Gerenciamento Costeiro (GERCO) do IMA/AL, pela inspeção visual não foi constatada a presença do coral-sol, espécie bioinvasora com grande potencial prejudicial para a vida marinha local.
Foi realizada uma raspagem das placas e, posteriormente, uma análise mais minuciosa do material removido será realizada, por meio de microscópio, para que possa ser confirmada a ocorrência ou não do coral-sol naquela localidade. A estimativa é de que o resultado dessa análise saia em duas semanas.
O pólipos do coral-sol é uma espécie bioinvasora que tem ocorrência registrada na região oceânica brasileira.
Por ser um espécime bastante encontrado em casco de navios e em plataformas marinhas de extração de petróleo, a equipe do Gerenciamento Costeiro decidiu realizar essa ação na região portuária da capital alagoana. A atuação corresponde a uma das medidas preventivas adotadas para evitar a infestação desse tipo de organismo.
Embora os corais-sol tenham uma bela aparência, com cores vibrantes, eles podem causar grandes prejuízos para o meio ambiente. Isso acontece devido o invasor conseguir crescer de maneira rápida, além de possuir vantagens competitivas em relação aos organismos nativos.
Ações definitivas
Em uma reunião da Comissão Interna para Recursos do Mar (CIRM), onde participaram 17 GERCOs dos Estados costeiros do Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com a Petrobrás, se comprometeu em criar as diretrizes que irão orientar quanto à prevenção e manejo do coral-sol.
Estão sendo realizados estudos que resultarão em um documento que será enviado ao setor de Gerenciamento Costeiro do IMA/AL e, também, aos GERCOs dos outros 17 Estados costeiros e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), para que essas medidas sejam adotadas.
Ricardo César fala que o IMA/AL está aguardando a chegada desse documento para que essas medidas definitivas possam ser implementadas no Porto de Maceió.
“Por enquanto a gente saiu na vanguarda, já tomando essas medidas de profilaxia de monitorar, ver se essa espécie ta chegando à nossa costa. Por enquanto ainda não foi constatado. Mas a ameaça é grande, tendo em vista que nós temos todo um substrato recifal ao longo da nossa costa, que serve para reprodução dessa espécie. E aí ele (o coral-sol) se sobrepõe aos nossos corais, por isso a nossa preocupação”, explica Ricardo.
As ações de monitoramento do coral-sol contam com a parceria e o apoio do Porto de Maceió.