Conselho Estadual de Proteção Ambiental aprovou a indicação do IMA em limitar os diversos usos da área
Clarice Maia
O estudo para tornar a Piscina do Amor, localizada na enseada do bairro da Pajuçara, em Maceió, em uma zona de exclusão foi apresentada na reunião ordinária do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram), realizada na manhã desta quarta-feira (22). Os conselheiros aprovaram a indicação e o próximo passo é a elaboração da minuta de Resolução para posterior fechamento da área.
A data para iniciar a limitação dos usos no local ainda será definida. “O próximo passo agora é apresentar a minuta da Resolução que deverá determinar o fechamento”, explicou Ricardo César, coordenador do Gerenciamento Costeiros. A minuta deverá ser apreciada pelos conselheiros na próxima reunião, prevista para o mês de maio.
A área recifal da Piscina do Amor possui cerca de 42 hectares de extensão e, quando transformada em zona de exclusão, não poderá ter atividades como pesca, visitas e mergulhos. Apenas atividades de monitoramento poderão ser realizadas. A ação deverá facilitar a reprodução de organismos marinhos e, possível, repovoamento de outras piscinas localizadas na enseada da Pajuçara.
Monitoramento
Na última terça-feira (dia 21) a equipe do Gerenciamento Costeiro percorreu a Piscina do Amor e a chamada Piscina Natural da Pajuçara, bastante freqüentada por banhistas. O trabalho de monitoramento faz parte das ações de sensibilização da população para contribuir com a preservação das áreas. A equipe percorreu as duas piscinas e verificou se os usuários respeitavam as orientações de não atracar embarcações nos recifes, não levar organismos como souvenir e não alimentar os peixes.
Segundo Ricardo César, foram flagradas poitas sobre recifes e os donos retiraram na hora. Outras poitas colocadas para atracar embarcações à noite foram apreendidas. “Há espécies de corais que crescem cerca de um centímetro por ano, quando a pessoa joga uma âncora às vezes quebra 20 centímetros ou mais, vai ser preciso pelo menos mais 20 anos para se recuperar”, comentou.
Ele disse ainda que os recifes de corais também servem como uma espécie de proteção da praia e um terço da enseada da Pajuçara já foi perdido, devido ao processo erosivo. “Se nós mantemos a preservação desses ambientes as ondas são dissipadas lá fora, se houver rebaixamento dos recifes, uma das consequências é que as ondas vão atingir direto na costa e aumentar mais ainda o processo de erosão”.