Espécie pode chegar a 50 metros ou mais dependendo do local onde foi plantada
Dálet Vieira
Diz a lenda que a sumaúma (Ceiba pentandra) ocupa um lugar de honra no reino da floresta, pois contribui na proteção da biodiversidade das matas. Saindo da esfera mágica dos contos, o Projeto Alagoas Mais Verde, idealizado pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), está desde 2015 plantando essa espécie em áreas degradadas e dessa forma colabora na arborização do território alagoano.
A sumaúma, conhecida também como rainha da floresta, pode alcançar de 40 a 50 metros, considerada de grande porte e com ocorrência significativa na Amazônia. Por aqui, a espécie é usada nas áreas de mata atlântica e também nas zonas de transição entre o agreste e o sertão.
O imenso tronco dessa espécie possui raízes tubulares denominadas como sapopemas. A estrutura da madeira tem a capacidade de armazenar água no interior e por isso, ao levar uma pancada, emite um som. Essa ação ficou conhecida popularmente como “telefone de índio”, pois os indígenas utilizavam esse recurso como uma forma de comunicação.
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Sumaúma compõe a lista das espécies de grande porte que são utilizadas pelo Alagoas Mais Verde. Foto: Hugo Falcão
Além de esbanjar beleza e ser essencial para a diversidade da flora, a rainha da floresta também tem propriedades medicinais. O chá da casca é utilizado para o tratamento da malária, e a seiva para curar a conjuntivite.
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Sumaúma no município de São Luis do Quitunde, considerada uma das maiores de Alagoas. Foto: Paulo Lira
Em razão da pandemia e da necessidade do distanciamento social, os profissionais do IMA, que executam o Alagoas Mais Verde, passaram a fazer mais plantios técnicos e sem a presença da população como apoio. Espécies como a sumaúma, passaram a ser mais utilizadas pelo Projeto devido a escolha dos locais para os plantios nesse período.
“Com a pandemia, passamos a fazer plantios mais técnicos. Suspendemos a contribuição do público geral. Contando apenas com a parceria das secretarias dos municípios e começamos a buscar áreas que tiveram impactos ambientais negativos” expõe Paulo Lira, biólogo e consultor ambiental do Instituto.
Apesar do Projeto estar mais voltado às áreas que sofreram algum impacto ambiental, neste período, as ações de arborização urbana continuam acontecendo de maneira reduzida.
“Tiramos o foco da urbanização, mas sem deixar de fazer ações nesses locais, e voltamos o olhar para as áreas de nascente, de preservação, encostas” finaliza o biólogo.