O cuidado com os animais silvestres é uma das principais preocupação do IMA,e direcionar esse conhecimento às crianças proporciona a construção de um futuro melhor
Laura Nascimento (sob supervisão)
As crianças do Botânico Mirim, projeto desenvolvido pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL), conheceram nesta quarta-feira (18), o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que tem administração compartilhada entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o IMA. Foi um dia de muito aprendizado e reflexão para os pequenos, que conheceram animais que passaram por situações de crime ambiental e estão em tratamento.
O Cetas recebe animais criados de forma ilegal, por meio de resgate ou apreensão através de fiscalização. O centro trata as espécies e realiza uma triagem que indica se o animal está apto ou não a voltar ao seu habitat. No caso de espécies que não conseguem retornar à natureza, eles são destinados a outros locais, como zoológicos.
Levar crianças a um lugar como o Cetas proporciona conhecimento, além de gerar uma preocupação maior com os animais. Ana Cecília Pires, veterinária e bióloga do IMA, enfatiza que a educação ambiental direcionada às crianças é mais assertiva que para outras faixas etárias.
“O adulto já possui uma base de conhecimento, a cultura forte que ele passou durante a vida toda, de caça, de atirar em passarinho, de captura também. É mais difícil criar uma consciência e deixar de fazer essas coisas do que uma criança, a criança já vai formando e crescendo com esse pensamento, então quando ela chegar à idade adulta, vai ser bem mais fácil dela ter essa consciência”, pontuou.
Os botânicos mirins viram um pouco do que acontece no Cetas, além de serem apresentados a animais em tratamento, como cobras, jacaré, bicho-preguiça, maracanã e gambá. Para Vitória, estudante de medicina veterinária e estagiária do IMA atuante no Cetas, essa é uma grande oportunidade de aprendizado. “Achei todas as perguntas das crianças muito interessantes, é importante esclarecer todas as dúvidas porque talvez daí surja uma futura veterinária, uma futura bióloga, também funciona como um trabalho de prevenção”, conta a estudante.
Cada um dos animais teve sua ficha técnica compartilhada com as crianças, bem como curiosidades, ocorrência e o que fazer caso encontre uma espécie fora do devido lugar; além do mais importante: os pequenos viram o quanto pode ser prejudicial para um animal não estar em um local adequado ou passar por maus tratos. Elas puderam sanar todas as dúvidas com muitas perguntas se demonstrando participação, os botânicos ainda realizaram dinâmicas sobre o que aprenderam com a visita.
Os animais selecionados para a apresentação não estavam fazendo tratamento com medicamentos, nem possuíam fraturas, como alguns dos presentes no Centro de Triagem. Além disso, os bichos com um temperamento mais agressivo foram evitados. Esse tipo de cuidado é importante para prevenir possíveis impasses, já que tanto os animais quanto as pessoas presentes podem ser transmissores de doenças.