IMA sedia reunião de planejamento para combate à proliferação do peixe-leão

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Outra espécie invasora, o coral-sol, será incluída na campanha de conscientização

Laura Nascimento (sob supervisão)

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) sediou, nessa quarta-feira (8), uma reunião em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com o objetivo de estabelecer medidas de controle do peixe-leão, espécie que tem sido uma preocupação relacionada às pesquisas costeiras em Alagoas.

O peixe-leão, mais comum na espécie (Pterois volitans), é um animal perigoso não apenas para seu ecossistema, mas para turistas, pescadores e mergulhadores que atuam na área costeira e setores socioeconômicos. A espécie não possui predadores, portanto sua proliferação é rápida e difícil de ser controlada. Além disso, seus espinhos são venenosos e prejudiciais à saúde humana.

De acordo com Juliano Fritscher, consultor ambiental do IMA, já foi possível observar que o peixe-leão é predador de algumas espécies. “Pesquisas já mostraram que o budião verde, ou bico verde, que é uma espécie em extinção, é consumido pelo peixe-leão. O peixe-leão é muito predatório e caça bem, não existe predador para ele em nossas águas, então há o risco de uma devastação causada por ele a espécies que já estão em risco”, explicou Fritscher.

Ainda de acordo com o consultor ambiental, o primeiro registro do animal no estado foi detectado em São Miguel dos Milagres.

A reunião teve enfoque principalmente nas maneiras de divulgação dos perigos da espécie em Alagoas.

Cynira França, analista ambiental do Ibama, enfatiza que a educação ambiental tem grande potencial como meio de difusão no combate à espécie. “Estamos fazendo essa articulação interinstitucional para desenvolver uma ação de combate à proliferação desse bioinvasor. Vamos identificar os atores, como operadores de mergulho e pescadores, e a partir daí será desenvolvido um trabalho de educação ambiental para orientação e trabalho em conjunto”, pontuou.

Cláudio Sampaio, pesquisador e professor de engenharia de pesca na Ufal – campus Penedo, compartilhou suas pesquisas relacionadas à espécie durante o momento. Desde 2015, o pesquisador alerta sobre o perigo potencial do peixe. Sampaio sugere que a campanha seja articulada com a inserção de outra espécie invasora, o coral-sol, (T. coccineaT. Tegusensis), que também apresenta ameaça ao ambiente marinho.

Ambas as espécies são perigosas e não devem ser manuseadas sem o devido preparo. Em caso de ocorrência de alguma delas deve-se comunicar aos órgãos ambientais. O Projeto de Caracterização Regional da Bacia (PCR) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) lançaram um canal de informação sobre a bioinvasão, que pode ser acionado pelo número (81) 99654-5863.