IMA lança livro sobre as espécies mais traficadas da fauna silvestre em Alagoas

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A publicação reúne informações sobre os animais apreendidos em ações de fiscalização ou entregues pela população

Clarice Maia

“Alagoas faz parte da rota do tráfico de animais silvestres como uma das principais regiões no Brasil de retirada de animais para venda no comércio ilegal. Inúmeros espécimes são retirados diariamente dos seus biomas de origem e vendidos dentro do próprio Estado ou enviados por atravessadores para serem comercializados em outras regiões”.

A afirmação está presente no livro “Tráfico de fauna em Alagoas: Guia de identificação das espécies mais comuns em ações de fiscalização e resgate no Estado”, organizado ela equipe de Gestão de Fauna do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e que será lançado na próxima sexta-feira, às 11h, na sede do órgão ambiental.

O trabalho apresenta o levantamento realizado sobre os animais que passaram pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Maceió, entre os anos de 2006 e 2016.

Segundo a publicação, “a maioria dos animais recebidos no CETAS é fruto de apreensão durante operações desencadeadas com o apoio da Polícia Militar. O Centro recebe cerca de 5 mil animais por ano, sendo que 80% desses animais apreendidos no Estado são aves, 15% são répteis e 5% são mamíferos”.

Entre os animais mais apreendidos “estão os jabutis (Chelonoidis carbonaria), preguiças (Bradypus variegatus), macacosprego (Sapajus sp), aves de diferentes espécies, como galos-de-campina (Paroaria dominicana), azulão (Cyanoloxia brissonii), graúna/pássaro-preto (Gnorimopsar chopi), curiós (Sporophila angolensis), canários-da-terra (Sicalis flaveola), papagaios (Amazona sp), araras (Ara sp). Animais ameaçados de extinção como sete-cores (Tangara fastuosa), entre outros, e ainda aqueles que não são da região de Alagoas também são apreendidos frequentemente como trinca-ferro (Saltator similis) e coleirinho (Sporophila caerulescens)”.

No CETAS acontece o manejo de fauna silvestre com recepção, identificação, marcação, triagem, avaliação, recuperação, reabilitação e destinação dos animais. A publicação apresenta as espécies de animais mais comuns encontradas nas ações de fiscalização e resgate no Estado de Alagoas, esclarece brevemente os principais aspectos sobre a biologia e ecologia de cada espécie e serve de subsídio para os técnicos que realizam ações de campo.