Em sua terceira edição, a ação do IMA/AL para sensibilização dos banhistas sobre o lixo nas praias tem sido elogiada por residentes e turistas
Klaus Roger
Técnicos dos setores jurídico e de educação ambiental do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) passaram a quarta-feira (27) tentando reaver as placas educativas do projeto Nossa Praia. Isso porque 12 delas foram arrancadas da orla da capital, na tarde dessa terça-feira (26), durante uma ação repentina por parte da prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal De Segurança Comunitária E Convívio Social (SEMSCS).
O Projeto Nossa Praia, executado pelo IMA/AL desde 2015, têm sido intensificado durante o verão com o aumento do turismo nas praias alagoanas.
Dentre as atividades para sensibilização dos banhistas sobre os cuidados com a praia, está a instalação de placas móveis que disponibilizam sacos plásticos para o descarte do lixo e posterior destinação aos locais adequados. Elas são ‘adotadas’ por ambulantes e bares que aderem ao projeto.
A remoção surpreendeu toda a equipe do órgão ambiental por não haver notificação prévia sobre o ato. Para Gustavo Lopes, a ação foi um equívoco que pode ser reavaliado devido aos benefícios que o projeto gera para a população.
“Recebi a informação sobre a remoção por meio de ligações de ambulantes parceiros do projeto e estive no local onde fui informado sobre a ordem da prefeitura de retirada. O projeto tem sido muito bem recebido em todos os municípios costeiros do Estado e, nas últimas horas, diversas prefeituras têm demonstrado interesse de acolher o projeto, afirmam que não entenderam a atitude da prefeitura de Maceió”, comentou.
Nas redes sociais a ação da prefeitura tem sido duramente criticada por alagoanos que admiram o projeto. Outro estranhamento se deu porque, na manhã desta quarta-feira (27), o órgão foi informado da instalação de placas fixas, similares as do Nossa Praia, pela prefeitura nos calçadões da orla da capital.
Pedro Normande, gerente de educação ambiental do IMA/AL, lamenta a impossibilidade de que as ações sejam partilhadas. “Ficamos felizes por ver que aprovaram o projeto e decidiram copiar nossa iniciativa, porém não entendemos o porquê não pode haver espaço para os dois em uma orla tão procurada, tanto por moradores da capital como por turistas, não há necessidade de tanta truculência”, afirma.
Clima de insegurança
Técnicos do Instituto estiveram na orla pela manhã desta quarta-feira (27) para conversar com os ambulantes apoiadores do projeto. Além da insatisfação com a remoção das placas do Nossa Praia, houve também queixas sobre o sentimento de insegurança gerado.
Alguns ambulantes, que não quiseram ser identificados, informaram que temem a remoção de trabalhos realizados por eles para benefício de sua clientela, uma vez que nem as ações de um órgão público são valorizadas.