Uma equipe está em Minas Gerais para buscar mais dois casais da ave rara que está extinta na natureza
O Mutum-de-Alagoas é uma ave rara e que foi extinta na natureza, há pelo menos 30 anos, por causa da caça indiscriminada e pelo forte impacto causado pelo desmatamento para a cultura da cana-de-açúcar. Em 2017 dois casais chegaram ao Estado e habitam um viveiro especialmente construído. Para a reintrodução na natureza, uma verdadeira força tarefa foi montada para buscar mais três casais.
O primeiro casal tem seis anos de idade e chegou ao Estado no dia 19 de setembro de 2017, para habitar um viveiro especialmente construído pelo Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), em terras da Usina Utinga Leão, no município de Rio Largo. Durante uma solenidade especialmente organizada, no dia 22 de setembro daquele ano, com a participação do governador Renan Filho, o animal foi apresentado como ave símbolo do Estado.
Toda a ação é coordenada e organizada, além do IPMA, pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL), Ministério Público Estadual (MPE), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Sindicato do Açúcar e do Alcool (Sindaçucar) e Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA).
O grupo é responsável pela construção do chamado Plano de Ação Estadual do Mutum-de-Alagoas.
“O Mutum foi escolhido como a ave tema do bicentenário por causa da importância do animal para o Estado. Trata-se de uma das aves mais raras do planeta e representa um esforço que mostra, para todo nós alagoanos, que é importante de ser feito e que colabora com a preservação da biodiversidade”, comenta Gustavo Lopes, diretor-presidente do IMA/AL.
O órgão estadual é responsável pela gestão da fauna silvestre e tem acompanhado de perto todo o processo, colaborando com a regularização e licenciamento do viveiro, manejo do animal e as ações de identificação e proteção das áreas onde poderão ser feitas, futuramente, as solturas na natureza, em um segundo momento do projeto.
O viveiro está inserido em um centro de educação ambiental que leva o nome do Pedro Nardelli, em homenagem ao homem que foi o responsável pela continuidade da existência do animal. Ele conseguiu resgatar, há 42 anos ele conseguiu capturar as três Mutuns-de-Alagoas, no município de Roteiro, que foram levadas para um criatório autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A reprodução em cativeiro e os estudos, com a colaboração de universidades, especialistas e organizações não governamentais, têm sido a causa fundamental da continuidade da espécie. Um dos principais locais de reprodução é a Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre (CRAX), de onde saiu o primeiro casal e agora mais três casais de volta à Alagoas.