Costa alagoana é habitada por grande número de espécies, de até 12m de comprimento, mas sem registro de incidentes à população
Janderson Oliveira
Imagens circuladas pela internet, da captura de um tubarão por pescadores no município de Marechal Deodoro, assustaram a população na semana passada. A verdade é que esse animal é mais comum em Alagoas do que se imagina. O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) acompanha a vida dessas espécies na nossa costa, com animais que podem chegar até 12 metros de comprimento.
“Nós temos várias espécies de tubarões, mas não há registro de incidentes, pelo menos nos últimos 25 anos. Isso significa que nós temos um ambiente costeiro em equilíbrio”, afirma Ricardo César, responsável pelo Gerenciamento Costeiro (Gerco) do IMA.
Os tubarões aparecem em Alagoas, com maior frequência, nas áreas de recifes de corais, sendo mais visto a espécie tubarão lixa, conhecida por não expressar agressividade.
Já o tubarão capturado em Marechal Deodoro é da espécie tubarão-cabeça-chata, uma das mais agressivas do mundo, responsável pela maioria dos ataques na costa de Pernambuco.
“Não podemos falar que Pernambuco tem mais tubarão que Alagoas, mas os incidentes com banhistas ocorrem com frequência por lá, devido a degradação ambiental”, afirma Cláudio Sampaio, professor da Universidade Federal de Alagoas e doutor especialista em tubarões.
“Todos os incidentes acontecem em zona urbana, de Recife à Boa Viagem, onde há pesca excessiva, poluição, degradação. Isso faz com que o ambiente seja pobre em alimento, então os tubarões que vão às praias buscam o que tá disponível”, detalha.
Tubarões são seres que estão ameaçados de extinção. A presença desses animais, sem incidentes com banhistas, é um bom indicativo de equilíbrio ambiental. No entanto, recomendamos que ao avistar um espécime, saia da água e mantenha distância.