Cetas completa 15 anos com resgate de sete mil animais em 2020

Compartilhe:

Compartilhe emfacebook
Compartilhe emtwitter
Compartilhe emwhatsapp

População pode colaborar com denúncias e entrega voluntária 

Janderson Oliveira

O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) está completando 15 anos de operação nacional, batendo a marca de sete mil espécimes recebidas em Alagoas desde janeiro de 2020. O instrumento trata animais vítimas de crimes ambientais ou que são encontrados pela população em situação debilitada, até que possam retornar a natureza.  

A administração conjunta do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) garante a manutenção do local e a cooperação de outros órgãos. O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Corpo de Bombeiros colaboraram para que 7.024 animais pudessem ser encaminhados ao Cetas no decorrer do ano, 90% são aves (dado até 22/12). 

Os meses de maiores entradas foram resultantes de grandes operações, já os de menores registros aconteceram nos meses de isolamento social restrito durante a pandemia de Covid-19.

O cenário resulta numa média de 583 animais recebidos por mês, número crescente desde 2005, ano de criação do Cetas em Alagoas e no Brasil. Em comparação, a média mensal em 2016 foi de 200 animais. 

Epitácio Correia, gerente de Fauna, Flora e Unidades de Conservação (Gefuc/IMA) afirma o papel fundamental que o Cetas desempenha ao receber animais de todo o Estado e mesmo de fora dele. 

“O Cetas é único equipamento em Alagoas para receber, triar, reabilitar e devolver animais silvestres à natureza”, afirma o gerente que já foi estagiário no Cetas. “Costumo dizer que é um HGE animal, pois recebe espécimes do Estado inteiro e fora dele, em cooperação nacional”, finaliza. 

Na linha de frente está a equipe multidisciplinar de 10 pessoas que somam forças sete dias por semana para atender até mil animais por mês. O trabalho cooperativo coloca Alagoas em destaque nacional com um baixo número de óbitos, cerca de 18% de todas as entradas. 

“Muitos animais já chegam debilitados. Os óbitos acontecem geralmente por maus tratos em longo tempo de cativeiro, dieta inadequada e estresse. Em mamíferos também são percebidos sinais de choques elétricos em poste de energia, fratura em ambiente doméstico ou incidentes com cães, por exemplo”, afirma Ana Cecília, veterinária do IMA alocada no Cetas. 

Cidadãos podem colaborar no trabalho do Cetas 

Maior parte dos encaminhamentos do Cetas são em fiscalização diárias ou grandes operações, mas a população pode colaborar. O cidadão que tiver conhecimento de animais silvestres em cárcere ilegal, deve registrar o caso no aplicativo IMA Denuncie, disponível para Android e iOS. No caso de flagrante de maus tratos a espécimes silvestres ou domésticas, é recomendado ligar para o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) em (82) 3315-4325. 

O Cetas também aceita entregas voluntárias, feitas anonimamente e com isenção de autuação por parte dos órgãos ambientais. A entrega do animal pode ser solicitada por domicílio ao BPA ou feita diretamente na sede do Ibama localizada na Avenida Fernandes Lima, Nº 4023, no bairro do Farol, em Maceió.