Projeto está em fase de conclusão e resultará em livro sobre a flora do Morro Craunã
Elayne Pontual
A equipe do Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente (IMA) esteve, no último final de semana, na área do Refúgio da Vida Silvestre (RVS) dos Morros do Craunã e do Padre, totalmente inserido no município de Água Branca e importante referência de preservação de remanescentes florestais do bioma Caatinga. A visita faz parte do cronograma de coletas para a elaboração do checklist das espécies da flora das Unidades de Conservação do Estado.
Segundo Rosângela Lemos, curadora do Herbário, há um projeto maior em desenvolvimento, sobre a flora vascular de Alagoas, e nesta etapa “estamos focados na florística das Unidades de Conservação do Estado. Concomitantemente estão sendo elaboradas monografias sobre as famílias botânicas, que resultará em um livro sobre o RVS dos Morros do Craunã e do Padre”. No livro serão apresentadas as características das espécies acompanhadas de fotos e comentários específicos.
Maurício Carnaúba, consultor do herbário na área de Botânica, afirmou que as coletas sistemáticas começaram há um ano e meio e que a lista está em fase de conclusão. “Estamos observando as lacunas de coleta, grupos, famílias ou espécies que podem ocorrer na área e que ainda não tenham sido coletadas. Esta busca é para que tenhamos uma lista bem representativa ao final do projeto”, explicou.
No final de semana, a equipe coletou amostras férteis de diversas plantas de ambientes aquáticos, uma vez que, no período de chuvas, os rios da caatinga estão cheios. “Encontramos espécies de famílias aquáticas como Alismataceae e Pontederiaceae. Pretendemos realizar outra expedição no início de julho, visando coletar muitas espécies herbáceas que possuem um ciclo de vida intimamente relacionado ao período chuvoso”, explicou Maurício.
A primeira fase da pesquisa será publicada na revista técnico-científica organizada pelo IMA e, mais a frente, quando o projeto estiver concluído, será lançado o livro sobre a flora do refúgio dos Morros do Craunã e do Padre.
Importância das pesquisas para as Unidades de Conservação
Para o geógrafo Alex Nazário, consultor ambiental da Diretoria de Unidade de Conservação (Diruc), quanto mais informações sobre as Unidades de Conservação, mais detalhado será o direcionamento de ações voltadas para a proteção desses locais específicos. “O IMA incentiva não só as pesquisas do Herbário – que entendemos como um importantíssimo start – mas há também uma necessidade de acompanhar e dar diretrizes às pesquisas realizadas pela universidade dentro do Refúgio da Vida Silvestre.”
Ainda de acordo com ele, é importante que o IMA tenha acesso aos resultados das diversas pesquisas realizadas nas Unidades de Conservação, porque, com elas, o órgão terá subsídio para aplicar e replicar ações de proteção. “Quando foi realizado o decreto de criação do Craunã, em 2012, a base de informações que a gente tinha era de 2010, 2011, que foram os estudos iniciais para sua criação e que dão um quadro geral da unidade. Então quanto mais pudermos incentivar esses estudos específicos da flora, da fauna ou dos aspectos socioeconômicos, melhor para elaboramos atividades de preservação.”
