Laudo do IMA indica contaminação em galeria de águas pluviais

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Órgãos definiram ações integradas para resolver problema na orla de Maceió

Clarice Maia

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) apresentou, durante reunião realizada nesta sexta-feira (08) na sede do órgão, os resultados da balneabilidade das praias da costa alagoana e das análises feitas em amostras coletadas em três galerias de águas pluviais na praia de Jatiuca. As amostras indicaram a concentração de coliformes termotolerantes (fecais) acima dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio ambiente (Conama).

Além do IMA, estiveram presentes representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Secretarias de Estado do Meio e dos Recursos Hídricos (Semarh) e da Infraestrutura (Seinfra) e Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma).

A equipe do IMA não coletou amostras exatamente da mancha formada no domingo, após as fortes chuvas que caíram na cidade. Os técnicos seguiram para monitorar o local na segunda-feira, logo após receber a denúncia. A mancha já havia se dissipado “devido ao movimento natural da maré e dos ventos”, explica Ricardo César, coordenador de Gerenciamento Costeiro do órgão.

As primeiras coletas foram feitas na terça-feira (05), em toda a costa, para produção do relatório de balneabilidade das praias. O resultado indica que, dos 60 pontos onde foram coletadas as amostras, 22 estão considerados impróprios para banho, sendo que 11 deles estão localizados em Maceió.

Na quarta-feira (06), a equipe coletou amostras em três galerias de águas pluviais localizadas no bairro da Jatiuca. A principal delas, a que registrou o maior aporte para formação da grande mancha registrada no mar, o índice de coliformes alcançou um número elevado: 3,5 milhões em 100mL de água, quando o aceitável é até mil Número Mais Provável (NMP) (1000NMP/ 100mL), conforme a resolução 357/2005 do Conama.

O segundo ponto chegou a 920mil e o terceiro com 780 estava dentro dos parâmetros. Os representantes dos órgãos indicaram que as causas mais prováveis podem ser: extravasamento de rede coletora para galeria de águas pluviais, sistema de esgotamento sobrecarregado, insuficiência da rede coletora e ligações clandestinas de esgoto nas galerias de águas pluviais.

“Sabemos que há muita rede de escoamento de água de chuva ligada nos nossos dutos de esgoto, isso também é grave porque gera um volume excessivo e pode ter contribuído para um extravasamento, no dia seguinte a equipe que esteve no local não encontrou nenhum problema”, disse Walace Padilha, da Casal.

O grupo definiu como encaminhamentos, para resolução do problema, a elaboração de um documento para solicitar aos governos estadual e municipal a captação de recursos e agilização das obras do projeto linha expressa, da Seinfra, para ampliar a rede coletora; a realização de uma campanha de educação ambiental junto a bares, restaurantes e similares, que geram resíduos que podem danificar os dutos.

Além de uma ação de fiscalização conjunta para identificar principalmente as ligações clandestinas; a solicitação que a prefeitura mantenha a fiscalização diurna para verificar a obstrução das galerias e o grupo deverá ainda cobrar que a Sempma publique a portaria que exige a instalação e manutenção das caixas de gordura em empreendimentos comerciais.