Técnicos do IMA incluem o tema racismo nas ações de educação ambiental

Compartilhe:

Compartilhe emfacebook
Compartilhe emtwitter
Compartilhe emwhatsapp

Além de ampliar o trabalho de abordagens sobre a diversidade racial, a equipe do Instituto deverá colaborar com ações específicas

Clarice Maia

A importância de ampliar e manter constante a discussão sobre o racismo, o respeito às minorias e à diversidade existente na população está sendo tratada pela equipe de educação ambiental do Instituto do Meio Ambiente (IMA). A ideia é que as temáticas estejam presentes nas ações que envolvem, principalmente, crianças e adolescentes.

“No convencimento a gente tem que começar com as crianças, com os jovens. Os adultos são mais difíceis, aqueles que cometem infrações ambientais às vezes só param quando a gente usa a força da lei. Mas, com as crianças é diferente, a gente consegue sensibilizar e eles podem fazer a diferença”, comentou Gustavo Lopes, diretor-presente do IMA.

A preocupação em fortalecer e ampliar esse debate nasceu após uma reunião com as representantes do Instituto Raízes da África, na tarde da última quinta-feira (31).

“Atividades como a caravana ambiental já se adéquam às regiões, por exemplo: nos municípios do sertão nós abordamos aspectos da caatinga, em comunidades quilombolas trabalhamos as principais temáticas locais, mas vejo que podemos ampliar as discussões sobre diversidade racial”, comentou Pedro Normande, gerente de Educação Ambiental do IMA.

Segundo Arísia Barros, representante do Raízes da África, hoje a população de negros no Brasil está em pouco mais de 52% e dessa forma “não pode ser considerada minoria. Nós temos resiliência e por isso sobrevivemos até agora, não porque somos maioria, mas porque aprendemos a resistir para sobreviver”.

Ela apresentou projetos que o Instituto tem realizado, como as oficinas da boneca Abayomi, que, segundo relatou, há centenas de anos, quando as mães eram trazidas nos navios com seus filhos, para serem escravas, elas tiravam pedaços de tecido de suas roupas, em forma de fita, e trançavam pequenas bonecas, do tamanho da palma da mão para que as crianças pudessem ter um alento, mas rapidamente esconder o brinquedo para não serem maltratadas.

Também solicitou apoio do Instituto para diagnosticar um exemplar de uma muda da árvore baobá que foi plantada na Serra da Barriga, em União dos Palmares, e está doente; transplantar um outro exemplar plantado em local inapropriado; levar uma oficina complementar para mulheres que estão no sistema prisional; colaborar com a divulgação de projetos e, principalmente, da temática de respeito à diversidade.

Dessa forma, além do setor de Educação Ambiental, o tema terá a interação de setores do IMA como o Herbário, a Assessoria Executiva e a Gestão Florestal. Projetos como a caravana ambiental e o barco-escola serão diretamente mobilizados.